A Morte não existe e os Senhores do Karma.

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Adm - Lilica

OS SENHORES DO CARMA

No reino etérico existe um enorme edifício branco de forma quadrada. Ele é chamado “Corte de Justiça”, mas em verdade é um Templo de Grande Amor e Misericórdia, o Átrio do Carma. Todos passarão algum dia, ao deixar o corpo físico, por esta “Corte de Justiça”. Por este edifício, toda alma ao nascer torna a passar, para receber novas tarefas que deverá realizar na sua vida futura.

Não existe quem não esteja familiarizado com este “Átrio do Carma”. As almas vão a determinadas esferas que lhes correspondem, fato causado pelos “trabalhos problemáticos” de suas várias vidas. Por este motivo, muitas pessoas trouxeram consigo o pavor impresso na lembrança de quando transitaram por este “Tribunal”, acontecendo também que em muitas doutrinas penetrou o ensino errôneo do castigo e da ira divina. Estes ensinamentos não expressam a verdade!


A VIDA E A MORTE

68. Qual a causa da morte dos seres orgânicos?

“Esgotamento dos órgãos. ”

a) — Poderíamos comparar a morte à suspensão do movimento de uma máquina desorganizada?

“Sim; se a máquina está mal montada, cessa o movimento; se o corpo está enfermo, a vida se extingue.”


69. Por que é que uma lesão do coração causa a morte mais depressa do que as de outros órgãos?

“O coração é máquina de vida, não é, porém, o único órgão cuja lesão ocasiona a morte. Ele não passa de uma das peças essenciais. ”


70. Que é feito da matéria e do princípio vital dos seres orgânicos, quando estes morrem?

“A matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos. O princípio vital volta à massa donde saiu. ”

Morto o ser orgânico, os elementos que o compõem sofrem novas combinações, de que resultam novos seres, que por sua vez passam a tirar da fonte universal o princípio da vida e da atividade, absorvem e o assimilam, para novamente o devolverem a essa fonte, quando deixarem de existir. Por assim dizer, os órgãos se carregam desse fluido vital e esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que as põe em comunicação entre si, nos casos de certas lesões, e normaliza as funções normalmente perturbadas. Mas, quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre. Mais ou menos necessariamente, os órgãos reagem uns sobre os outros, resultando essa ação recíproca da harmonia do conjunto por eles formado. Por qualquer razão, se essa harmonia for destruída, o funcionamento deles acaba como o movimento da máquina quando suas peças principais se desarranjam. É o que se verifica, por exemplo, com um relógio gasto pelo uso, ou que sofreu um choque por acidente, no qual a força motriz fica impotente para fazê-lo funcionar de novo.

Num aparelho elétrico temos imagem mais exata da vida e da morte. Esse aparelho, como todos os corpos da Natureza, contém eletricidade em estado latente. Porém, os fenômenos elétricos só se produzem quando o fluido é posto em atividade por uma causa especial. Podemos dizer então que o aparelho está vivo. Vindo a cessar a causa da atividade, acaba o fenômeno: o aparelho volta ao estado de inércia. Os corpos orgânicos são, assim, uma espécie de pilhas ou aparelhos elétricos, nos quais a atividade do fluido determina o fenômeno da vida. A fim dessa atividade causa a morte.

A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma espécie. Há alguns que se acham, por assim dizer, carregados desse fluido, enquanto outros o possuem em quantidade apenas suficiente. Daí, para alguns, vida mais ativa, mais permanente e, de certo modo, superabundante. A quantidade de fluido vital se esgota. Pode se tornar insuficiente para a conservação da vida, se não for renovada pela absorção e assimilação das substâncias que o contêm.

O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tiver em maior porção pode dá-lo a um que o tenha de menos e em certos casos prolongar a vida prestes a extinguir-se.


136. A alma independe do princípio vital?

“O corpo é somente o envoltório, como constantemente repetimos. ”

a) — O corpo pode existir sem a alma?

“Pode; entretanto, desde o fim da vida do corpo, a alma o abandona. Antes do nascimento, ainda não há união definitiva entre a alma e o corpo; enquanto que, depois de essa união se haver estabelecido, a morte do corpo rompe os laços que o prendem à alma e esta o abandona. A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo privado de vida orgânica.”

b) — Que seria do nosso corpo, se não tivesse alma?

“Simples massa de carne sem inteligência, tudo o que quiserem, menos um homem. ”


137. Um Espírito pode encarnar ao mesmo tempo em dois corpos diferentes?

“Não, o Espírito é indivisível e não pode animar simultaneamente dois seres distintos.” (Ver, em O LIVRO DOS MÉDIUNS, o capítulo VII, “Da bicorporeidade e da transfiguração”)


138. Que se deve pensar da opinião dos que consideram a alma o princípio da vida material?

“É uma questão de palavras que não nos importa. Comecem por se entenderem mutuamente. ”


139. Alguns Espíritos e, antes deles, alguns filósofos definiram a alma como sendo: “uma centelha anímica vinda do grande Todo”. Por que essa contradição?

“Não há contradição. Tudo depende do sentido das palavras. Por que não usam uma palavra para cada coisa? ”


(Item 68-70, 136 – 139Allan Kardec – Livro dos Espiritos, recomendação de leitura também do capitulo 3 item 149 á 165)

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