A religião é um meio de religar-se ao Todo, ao Criador.

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Adm - Lilica

A religião é um meio de religar-se ao Todo, ao Criador. Não é um fim em si mesma, com propósitos e interesses exclusivistas, de classes, portanto, a instituição religiosa não deveria sobrepor-se à religiosidade. Dentro das leis de causalidade que regem a harmonia cósmica, fixaram-se no inconsciente dos terrícolas atavismos contrários ao que se espera em relação à fé, atribuindo-se a instrumentos exteriores a força de religação com Deus, que, originariamente, provém do interior de cada um.
À época presente, o que seriam as seitas protestantes sem a Bíblia e suas interpretações mais ardentes e lamuriosas; a Umbanda sem as oferendas, os despachos à beira da natureza, os pontos e as pembas; o catolicismo sem seus paramentos, suas insígnias e o ato confessional de joelhos diante da impessoalidade do sacerdote; os rosa-cruzes e maçons sem os templos e seus graus simbólicos e filosóficos; os místicos sem os mantras e o retiro meditativo; a benzedeira sem a velinha acesa? Se ainda vos exaltais ao não encontrar os objetos e os vestuários nos lugares normais em vossas residências, como quereis abrir mão desses instrumentos da fé?
Há, no meio espírita, certos irmãos mais radicais e ortodoxos, sentindo-se superiores e com ojeriza por esses instrumentos de fé, alegando que tudo depende da mente e do pensamento, e que nós, do lado de cá, nos comunicamos somente pelo pensamento. Como não iríamos considerar esses irmãos um passo atrás na longa caminhada evolutiva? Quem sabe esses irmãos não conseguem ser vistos dos planos vibratórios mais elevados e sutis, em que os pensamentos se apresentam destituídos da forma como compreendeis?
Uma das prerrogativas para a ascese do espírito imortal é o amor ao próximo. Os irmãos que estão um degrau à frente na escada ascensional da evolução espiritual não se encontram distanciados ou impedidos de estender a mão para aqueles que estão atrás, ou que baseiam sua fé em instrumentos exteriores. Por sua vez, a exteriorização da fé, necessidade e direito dos cidadãos, não determina a ascensão, e sim os sentimentos e as obras realizadas. A fraternidade e a solidariedade estão presentes em todas as paragens do Cosmo.
O Criador é onipresente, e a Lei do Amor Universal é única em todos os planos evolutivos.
Da ameba ao anjo, da bactéria ao arcanjo, o amor do Altíssimo desce como fonte no meio do deserto de vossas veleidades. Há ainda alguns partidários ferrenhos do término do passe. Que seria das casas espíritas sem o passe, formulário da fé, ato alegórico do contato com a espiritualidade?
Ficariam vazias! A humanidade não está preparada para o passe mental. Respeitai o agente da fé de cada um; observai os sentimentos e vereis que os amorosos palpitam nos simples, pobres de espírito, e independem da crença e da fé que praticam. Jesus, o espírito mais evoluído e de maior mentalismo que já pisou em vosso orbe, nunca deixou de impor as mãos, mesmo podendo agir somente com o seu pensamento crístico. Acatemos o tempo necessário à evolução de cada um, até quando chegar o momento do despertar interno sem exigência de exteriorizações.
Muita paz e muita luz!


Ramatís


Livro Chama Cristica – Psicografia Norberto Peixoto – Ramatis.

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