O emprego dos vegetais como alimento, remédio ou cosmético, se prende na história do homem na face da Terra Os estudos da arqueologia demonstram que há mais de 3000 anos as ervas eram utilizadas para esses fins.
Á Fitoterapia , ou terapia das plantas, era conhecida e aplicada pelas antigas civilizações.
Pode-se afirmar que o hábito de recorrer ás virtudes equilibradoras de certos vegetais é umas das primeiras manifestações do esforço do homem para compreender e utilizar a natureza.
É admirável que todas as Civilizações, em todos os continentes, tenham desenvolvido pesquisas sobre as virtudes das plantas para fins alimenticios, medicinais e cosméticos Mas, é mais admirável que esse conjunto de conhecimentos tenha subsistido por milênios.
Em todos os países, tanto desenvolvido como em desenvolvimento, as plantas medicinais são utilizadas.
Nos primeiros, as plantas não só constituem matérias- primas para a produção industrial de derivados químicos puros, mas, como nos países em desenvolvimento, fazem parte de extratos ou compostos fitoterápicos utilizados no tratamento das mais diversas enfermidades.
FITOTERAPIA
O descobrimento das propriedades curativas das plantas foi, no início, meramente intuitivo ou, observando os animais que, quando doentes, buscavam nas ervas o equilibrio.
O primeiro tratado médico egipcio conhecido foi encontrado em 1873 por um egiptólogo alemão que encontrou um papiro, ao decifrálo surpreendeu-se com a frase Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para todas as panes do corpo humano.
Pode-se afirmar que 2000 anos antes do aparecimento dos médicos gregos, já existia uma medicina organizada egípcia os conhecimentos médicos iniciados no Egito divulgaram-se mais tarde, para a Mesopotánea. Em 1924, na Inglaterra, os técnicos do Museu Britânico conseguiram identificar 250 vegetais, minerais e substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas eram conhecidas por médicos babilónios.
Nos pergaminios da época são citadas ervas como cânhamo indïano, utilizado como analgésico nos casos de reumatismo.
Dentre as plantas mais utilizadas pelos egípcios é indispensável citar o Zimbro, a Semente de Linho, o Funcho, o Alho, a Folha de Sena e o Lírio.Furam os gregos e mais tarde os rum nos, que aperfeiçoaram. os conhecimentos egípcios.
Hipócrates reuniu a totalidade dos conhecimentos médicos de seu tempo no conjunto de tratadas conhecidos pelo nome de Carpusn Hipocraticum, um, para cada enfermidade, descreve um remédio vegetal e o tratamento correspondente.
Dioscórides eventariou , no seu tratado De Matéria Médica, mais de 500 drogas de orl,em vegetal, animal e mineral.
G-aleco (grego) ligou o seu- nome ao que ainda se denomina farmácia galênica, onde as plantas não são mais usadas em formo de pó, e sim em preparação nas quais são usados solventes como álcool, água ou vinagre, e servem para consevar e concentrar os componentes ativos das plantas, sendo utilizados para preparar unguentos, emplastros e outras formas galênicas.
A partir do século XV houve uma preocupação em se catalogar um grande número de vegetais, identificando-os e classificando-os de acordo com a procedência e características dos princípios ativos.
Finalmente, os esforços de classificação culminaram em 1735, com a publicação do Systema Naturae de Lineu.
Nos dias atuais, o estudo das plantas está muito difundido, principalmente nas Faculdades de Farmácia e a cada dia apresentam-se trabalhos cientificos sobre as plantas, sua composição e a sua ação terapêutica, bem como a melhor fonna galênica de apresentação e utilização.
Aqui, no Brasil, começamos também a trilhar este caminho, que alia o bom senso a ciência e o folclore.
Historicamente, quando os portugueses aqui chegaram, no início do século XVI encontraram índios que usavam Urucum para pintar e proteger o corpo das picadas dos insetos. O urucum era utilizado também para tingir objetos fritos de barro. Estudar nossas ervas é estudar a Brasil em sua dimensão continental e climática que vai do tropical até o temperado.
Infelizmente este é um campo pouco estudado e principalmente pouco difundido no Brasil.
Os governos ainda não acordaram verdadeiramente para o assunto e os livros existentes são caros e dificeis de encontrar.
Com certeza; o sucesso da medicina alternativa em todo o mundo e as buscas para uma vida melhor e mais saudável, já estão mudando esse panorama.
TRANSFORMAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS
Para alcançar a ação medicinal, a planta deve ser tratada para que seus produtos derivados obtidos tenham ação especifica. A mesma planta ou a mesma parte da planta podemos preparar diversos derivados.
1)Tinturas- vegetais
As tinturas vegetais são preparadas à temperatura ambiente pela ação do álcool sobre uma erva seca(tintura simples) ou sobre uma tintura de ervas (tintura composta). São preparadas por uma solução simples, maceração ou percolação.
2) Tinturas- mãe
As tinturas-mãe são definidas como preparações líquidas resultantes da ação dissolvente de um veiculo alcoólico sobre drogas de origem vegetal ou animal.
1)Infusão
E preparada jogando-se água fervente sobre o vegetal, geralmente em folhas e flores. E o modo tradicional de preparar o chá. Deve-se deixar as plantas dentro da água quente de 5 á 10 minutos e em seguida,filtrar.
2)Decocção
Na décocção normalmente se coloca a planta em água fria, e em seguida se aquece até a ebulição num recipiente fechado; deixando ferver por alguns minutos. E normalmente usada para raízes, sementes e cascas.
3)Maceração
E uma preparação líquida que requer longa imersão. Põe-se a planta em água fria, cobre-se o recipiente e deixa-se repousar em lugar fresco durante no mínimo 24 horas.
4) Solução açucarada-Sacaróleos : Xaropes
5) Solventes diversos: vinhos, cervejas, óleos , propilenoglicol
As plantas que possuem óleos vegetais podem atuar como:
Anti -séptica
Diuréticas
Antiespasmódicas
Anti-inflamatórias
Expectorantes
PROPRIEDADES DAS PLANTAS
Adstringentes: Quando contraem os tecidos e combatem moléstias inflamatórias de boca, garganta, intestinos e órgãos genitais.
Antelmínticas: No tratamento do Áscaris lumbricóides, conhecidas popularmente de lombriga.
Antipiréticas: Quando combatem a febre.
Antissépticas; Quando agem como desinfetantes.
Aperientes: Quando despertam o apetite.
Béquicas: Quando combatem a tosse
Carminativas: Quando eliminam gases do estômago e intestino.
Depurativos: Quando purificam o sangue.
Emenagogas: Quando auxiliam no tratamento dos órgãos genitais femininos; principalmente no que diz respeito ás regras de
menstruação.
Eméticas: Quando se refere às intoxicações, provocando vômitos e alívio nas anomalias estomacais
Emolientes: Quando atuam nos casos de inflamações, úlceras e contusões.
Estimulantes: Normalizam e vitalizam os órgãos
Estomacais: Quando aliviam anormalidades e mal-estar do estômago.
Expectorante: Quando facilitam os brônquios a expelir o catarro
Hemostáticas: No combate as hemorragias.
Laxativas: Quando auxiliam nas evacuações
Tônicas: Quando auxiliam no fortalecimento geral cio organismo combatendo o raquitismo e a anemia.
Vulnerárias: No tratamento relacionado aos ferimentos da pele e da mucosa.