…”Digo que já fui uma religiosa, mas depois de me ver frente a frente com o sofrimento, a desilusão de pessoas abandonadas e a falta de esperança de muita gente que encontrei perdida na vida, abandonei a esfera religiosa, passei pela escuridão plena daqueles que procuram e tateiam algo mais além e, no meio dessa escuridão, encontrei a fé que hoje me incentiva a continuar — mesmo depois da morte — à procura da ciência da vida, na esperança de algum dia poder ser mais útil à causa que abracei.
Sem a escuridão que fui obrigada a enfrentar, não encontraria a verdadeira fé. Como religiosa, acostumei- me à fé incutida através de histórias e pregações; apoiei-me muitas vezes em rezas, orações, ladainhas, missas e, além disso, em pessoas, que descobri serem tão humanas quanto eu mesma. Era uma fé sem fundamento, conforme caracterizaria hoje. Para dar o passo definitivo em direção a uma visão mais ampla, afundei- -me na escuridão da minha alma para descobrir dentro de mim a luz da fé operante, da fé que remove montanhas.”
Livro: Pelas Ruas de calcutá – Robson Pinheiro – Pelo espirito Tereza de Calcutá.