Reiki é uma prática espiritual enquadrada no vitalismo, criada em 1922 pelo monge budista japonês Mikao Usui. Tem por base a crença na existência da energia vital universal “Ki” (a versão japonesa do conceito chinês “Qi” (ou “Chi”), manipulável através da imposição de mãos.2 3 Através desta técnica, os praticantes acreditam ser possível canalizar a energia universal (i.e., reiki) em forma de Ki (japonês: ki) a fim de restabelecer um suposto equilíbrio natural, não só espiritual, mas também emocional e físico.
Existem dois ramos principais do Reiki, normalmente referidos como “Reiki tradicional japonês” e “Reiki Ocidental”. Embora as diferenças entre os dois ramos e tradições possam ser amplas e variadas, a principal delas é que nas formas ocidentalizadas usa-se posições pré-definidas para a imposição das mãos, ao invés de depender de um senso intuitivo para a transmissão da energia Reiki, como é habitualmente feito em agências de Reiki japonesas. De uma forma geral ambos os ramos têm uma hierarquia de três níveis (ou graus), referidos como Primeiro, Segundo e Nível Mestre/Professor, os quais estão associados com diferentes habilidades e técnicas.
O conceito do Ki no qual se baseia o Reiki é especulativo, não existem quaisquer evidências científicas da sua existência.5 É uma prática que não é reconhecida pela comunidade científica. Existem poucos estudos de qualidade e os que existem não conseguem demonstrar a eficácia do Reiki para quaisquer condições de saúde.6 7 8 9 Alguns profissionais de cuidados médicos alertam para o risco dos pacientes poderem evitar ou atrasar tratamentos para desarmonias graves, clinicamente comprovados. Uma avaliação sistemática de 2008, a ensaios clínicos com aleatoriedade, concluiu que a eficácia não tinha sido demonstrada para qualquer condição de saúde. Um ensaio clínico de 2011, envolvendo 189 pessoas, não registou diferenças entre o grupo Reiki e o grupo de terapia placebo.A Sociedade de Cancro Americana e o Centro para a Medicina Complementar e Alternativa dos Estados Unidos também concluíram que não existe nenhuma evidência científica que sustente a ideia de que o Reiki é efetivo como tratamento para quaisquer desarmonias.
Apesar de não possuir comprovação científica de eficácia, o Reiki também é fornecido em muitos hospitais e clínicas médicas.
Origens
O sistema do Reiki foi desenvolvido por Mikao Usui em 1922 enquanto praticava Isyu Guo, um treino budista de 21 dias organizado no Monte Kurama.
Não se sabe quais eram as actividades exigidas a Usui durante o treino, contudo envolviam muito provavelmente meditação, jejum, cânticos e orações.
Alega-se que através de uma revelação mística, Usui ganhou conhecimento e poder espiritual que podia aplicar a outros e que ele apelidou de Reiki e que dizia entrar pelo seu corpo através do seu Chacra Coroa. Em abril de 1922, Usui mudou-se para Tokio onde fundou o Usui Reiki Ry Gakkai que significa “Sociedade do Método de Energia Espiritual Terapêutica de Usui”) para assim continuar alegadamente a tratar pessoas com o Reiki.
De acordo com as inscrições no seu túmulo,31 Usui ensinou o seu sistema de Reiki a mais de 2000 pessoas durante a sua vida e dezesseis dos seus alunos continuaram o seu treino para chegar ao terceiro nível.
Enquanto ensinava Reiki em Fukuyama, Usui sofreu um enfarte e morreu a 9 de março de 1926.
Os cinco princípios do Reiki
Usui era um admirador dos trabalhos literários do Imperador Meiji. Enquanto desenvolvia o sistema do Reiki, Usui condensou alguns dos trabalhos do imperador num conjunto de princípios éticos (chamados de “Conceitos” Gainen), que mais tarde se tornaram os Cinco Preceitos do Reiki (Gokai, significa “Os Cinco Mandamentos”, dos ensinamentos do Budismo contra o assassinato, roubo, má conduta sexual, mentira e intemperança). Para muitos praticantes e professores do Reiki é habitual obedecerem estes cinco preceitos ou princípios.
Só por hoje:
Não se zangue,
Não se preocupe,
Seja grato,
Trabalhe com diligência,
Seja gentil para as pessoas.
Todas as manhãs e à noite, junte as mãos em meditação e ore com o seu coração. Afirme na sua mente e cante com a boca. Para a melhoria da mente e do corpo.
Formação
O ensino do Reiki fora do Japão está dividido normalmente em três níveis ou graus. O Reiki tradicional japonês foi ensinado intensamente sob a orientação
de Usui, com reuniões semanais de meditação onde o Reiki era aplicado e usado para monitorizar o corpo para obter diagnósticos energéticos, esta prática é
conhecida no Japão como Byosen-h?. O Reiki japonês é um tratamento intuitivo e focado, em comparação, por seu lado, o tratamento do Reiki Ocidental
pretende tratar geralmente todo o corpo em vez de áreas específicas.
Método
O equilibrio através do método Usui Reiki Ry?h?, em vez essências, usa o olhar, o sopro, o toque e batidas ligeiras. Segundo Frank Arjava Petter, Usui tocava nas partes doentes do corpo, massajava-as e dava-lhes batidas ligeiras, acariciava-as, soprava-lhes, fixava-lhes o olhar durante dois ou três minutos e fornecia-lhes “energia” e usava uma técnica de harmonização através da imposição das mãos. É através desta técnica que os utilizadores do Reiki acreditam que estão a transferir a energia universal (rei)ki, através das palmas da mão, e desta pensam estar a colocar em funcionamento um sistema auto harmonizado.
Eficácia, ciência e a OMS.
O Reiki não é reconhecido pela medicina e nem pela ciência. Os benefícios do Reiki nos cuidados de saúde não estão confirmados cientificamente. Estudos de 2008 e 2011, realizados para investigar seus efeitos em grandes números de pacientes e com grupos controle, concluíram que as evidências são insuficientes para sugerir que Reiki é eficiente para o tratamento de qualquer condição ou desarmonias em humanos. Outros estudos mais antigos, envolvendo um número reduzido de pessoas, obtiveram resultados positivos no alivio de dor e redução da ansiedade. Alguns profissionais de cuidados médicos alertam publicamente para o risco dos pacientes evitarem ou atrasarem tratamentos para desarmonias graves, clinicamente comprovados, e que podem ter sua condição agravada por acreditarem no Reiki.
Em Abril de 2008 foi publicada uma carta de Edzard Ernst (primeiro professor de Medicina Alternativa no mundo) pedindo que a Fundação do Príncipe do
País de Gales para a Saúde Integrada retirasse de circulação dois guias que promovem a “Medicina alternativa”, inclusive Reiki. Um porta-voz da Fundação rebateu a carta, dizendo: “Discordamos totalmente da acusação de que a nossa publicação ‘Complementary Healthcare: A Guide’ contém alguma alegação enganosa ou imprecisa sobre os benefícios de terapias complementares, pelo contrário, ela trata as pessoas como adultos e leva uma abordagem responsável, incentivando as pessoas a olharem para fontes confiáveis de informação(…) para que elas possam tomar decisões informadas.”
Há uma divulgação errada em sites e blogs de que o Reiki é reconhecida como terapia alternativa complementar pela OMS (Organização Mundial de Saúde). A OMS nunca reconheceu Reiki oficialmente, como relatado pelo próprio mestre de Reiki que divulgou o suposto reconhecimento.
Estudo placebo-controlado sobre o Reiki é complicado de ser realizado devido à dificuldade de se definir um placebo.
Eficácia, investigação e controvérsias Investigação científica
O mecanismo proposto para a energia do reiki é meramente hipotético, uma vez que nunca foi provada cientificamente a existência do “ki” ou da “energia
vital” usadas neste método.
Uma revisão sistemática de ensaios clínicos aleatórios realizada em 2008 para avaliar os fundamentos das evidências do reiki concluiu que não tinha sido demonstrada qualquer eficácia sob qualquer condição. De forma geral, a qualidade metodológica das evidências tinha sido má, uma vez que a maior parte
dos estudos continha falhas como amostras muito pequenas, concepção inadequada e relatórios de fraca qualidade, tendo até mesmo os estudos com melhor
classificação falhado em controlar por completo o efeito placebo. É provável que ensaios com este tipo de falhas apresentem resultados de tratamento exagerados, não havendo evidências suficientes para concluir que o reiki seja eficaz como terapia em qualquer condição clínica, tanto complementar como
isoladamente, ou que tenha qualquer benefício para além de prováveis efeitos placebo. Uma vez que é difícil conceber um placebo realista, torna-se
também difícil realizar ensaios placebo-controlados, embora ensaios posteriores com controlo adequado do efeito placebo não tenham mostrado qualquer
diferença entre a prática de reiki e o grupo de controlo. Uma revisão feita em 2009 no ‘The Journal of Alternative and Complementary Medicine concluiu
que “as graves limitações da metodologia e da documentação nos estudos existentes sobre o reiki não permitem que haja qualquer conclusão sobre a sua
eficácia.”
Segurança e eficácia
A American Câncer Society constatou também que as investigação que envolve o reiki foi mal conduzida, declarando que “as evidências científicas disponíveis atualmente não sustentam as alegações que o reiki possa eventualmente ajudar no equilíbrio do corpo em caso de câncer ou qualquer outra desarmonia. Uma investigação mais aprofundada poderia ajudar a determinar até que ponto pode melhorar a sensação de bem-estar de um paciente, se é que provoca alguma.” O National Center for Complementary and Alternative Medicine fez eco desta posição, sublinhando que a existência de campos de energia em terapias de biocampos, como o reiki, “não foram provadas cientificamente.”
As preocupações relativas à segurança no reiki são semelhantes às de qualquer outra terapia alternativa cuja eficácia não esteja provada. Alguns médicos e
profissionais de saúde acreditam que haja pacientes em condições graves que podem recusar tratamentos clinicamente provados em favor de terapias alternativas não provadas. Os terapeutas de reiki devem encorajar os seus clientes a consultar um médico no caso de condições graves, declarando que o reiki deve ser apenas usado para complementar a medicina convencional. No entanto, os ensaios clínicos não documentaram nenhum efeito secundário significativo no uso de reiki.
William T. Jarvis, do The National Council Against Health Fraud, indica que “não há qualquer evidência que os efeitos clínicos do reiki se devam a qualquer outro fator para além da sugestão” ou do efeito placebo.
Preocupações da Igreja Católica
Em março de 2009, o Comité para a Doutrina da Conferência Episcopal Católica dos Estados Unidos emitiu um decreto (Orientações para a Avaliação do
Reiki enquanto Terapia Alternativa), proibindo a prática do reiki por católicos. O Reiki era usado até então em alguns centros de retiro e hospitais católicos.
A conclusão do decreto afirma que “uma vez que a terapia do reiki não é compatível quer com os ensinamentos católicos, quer com evidências científicas,
seria inapropriado para as instituições católicas, como as unidades de saúde católicas, ou representantes da Igreja, como os capelões católicos, promover ou
apoiar a terapia do reiki
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.http://pt.wikipedia.org/wiki/Reiki